HenriqueMelo

Psicólogo Clínico e Psicanalista

CRP 06/123471

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Depressão: o que é, sintomas e tratamentos

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Henrique T. P. Melo

Uma visão realista dos conceitos básicos do Transtorno de Humor Depressivo, ou Depressão.

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O QUE É?

A Depressão é uma doença muito conhecida na Era atual, tanto pela sua incidência, quanto pelos mitos (e até desmistificações) recorrentemente vistos em meios de comunicação e redes sociais.

Atualmente no Brasil são ao menos 11 milhões de casos diagnosticados e em tratamento (dados de junho/2022), o que não inclui aqueles ainda não diagnosticados por falta de acesso à informação ou profissionais; ou ainda por haverem alguns preconceitos que envolvem a incapacidade da pessoa em “conseguir deixar a tristeza ir”, salientados por quem não conhece a doença como: falta de força de vontade física e mental, falta de interesse, preguiça, desânimo falso ou específico, procrastinação, ou qualquer outra coisa que infelizmente já ouvimos de pessoas que não tem conhecimento sobre a doença e de como ela é incapacitante naquilo que mais precisamos para agir: energia.

A Depressão é caracterizada como um Transtorno de Humor e classificada como um distúrbio mental, mas também tem caráter biopsicossocial, ou seja: afeta tanto o físico, quanto o psicológico, quanto o social, e pode ter sintomas ou origens advindos de qualquer uma (ou todas) destas instâncias.

Apesar de tudo o que viemos discutir aqui hoje, vale lembrar que a Depressão é mais complexa do que parece ou percebemos, portanto somente é possível diagnosticar Depressão junto a um Médico (de preferência um neurologista ou psiquiatra) e/ou um Psicólogo.

SINTOMAS

Para ser compreendida e poder ser diagnosticada como uma doença, foi inclusa no DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, quinta edição) e segue alguns sintomas específicos, sendo necessário ao menos cinco destes sintomas para o diagnóstico ser preciso:

  • Humor deprimido; aquilo que vemos como tristeza, mas mais intensa e que não há algo que a reverta facilmente.
  • Anedonia; que é a perda da satisfação e interesse em realizar as atividades do dia a dia.
  • Fatigabilidade; falta de energia, dores no corpo, pouco impulso ao fazer.
  • Diminuição da concentração e autoestima; falta de motivação, foco e cuidados pessoais básicos ou rotineiros.
  • Ideias de culpa e de inutilidade; a famosa menosvalia ou excesso de autojulgamento por fatos passados ou traumas.
  • Distúrbios do sono e apetite;

Apesar de serem comuns episódios ou momentos depressivos durante o ciclo da vida, como em situações de luto ou mudanças de grandes rotinas, a Depressão somente é classificada como distúrbio (ou transtorno) pela permanência e persistência dos (ao menos cinco) sintomas por pelo menos duas semanas ininterruptas, com ciclo de no máximo dois anos.

É avaliado também, junto aos sintomas, o funcionamento psicossocial e suas dificuldades, e o sofrimento significativo do indivíduo.

TRATAMENTO

Por ser um distúrbio sem uma cura de fato, os tratamentos atuais, incluindo a psicoterapia e medicamentos, são para diminuição ou supressão dos sintomas da doença. Por isso é comum a possibilidade de haver mais episódios depressivos após este ciclo, apesar de serem mais curtos e menos intensos se a pessoa estiver em tratamento ou já tratada.
 

Eu sei… Isto não é o ideal, não é? Mas acalme-se! Parece não haver esperança, mas há!
Durante a psicoterapia é possível alcançar as raízes do processo depressivo, sejam eles conscientes ou não, de acordo com cada caso e cada pessoa em sofrimento decorrente da doença (e além). Portanto, em psicoterapia é alcançável o controle dos sintomas com base naquilo que você viveu, vive e É.

Entretanto, não é somente com psicoterapia que a Depressão pode ser tratada com maestria, pois ainda não se sabe ao certo a razão central dela existir. As causas conhecidas atualmente de cada conhecimento são:

      1. O Psicológico nota a autoestima empobrecida do Ser (Eu; Ego) junto a outros fatores como traumas, neuroses, medos, dificuldades de aceitação, luto não concluso, etc.;
      2. também é avaliado e conhecido os aspectos sociais da angústia, como o não pertencimento a um grupo, sentir-se excluído, falta ou dificuldades nas relações familiares e/ou românticas, trabalho e suas intempéries, etc.;
      3. e obviamente o biológico, pois é sabido que a Depressão causa a alteração de neurotransmissores de serotonina (5HT), dopamina (DA) e noradrenalina (NA) no cérebro.
Sim, o tratamento atual mais satisfatório para Depressão é o medicamentoso (Médico) e psicoterapêutico (Psicólogo) em conjunto, sendo um trabalho mútuo entre os dois profissionais, sendo então multiprofissional.
Além, junto aos tratamentos anteriores, outros tratamentos são possíveis de acordo com a crença, desejo ou necessidade de cada pessoa, incluindo: aromaterapia, massagens, yoga, meditação, exercício físico, banhos de sol (e sua gloriosa vitamina D) e atividades que estimulam o prazer, sendo este pessoal para cada um.
 
Ainda os cientistas estão caminhando na compreensão da Depressão, portanto é importante seguir o tratamento Médico e Psicológico como propostos; mas acrescentar (acrescentar, e não substituir!) a eles outras ferramentas que lhe darão mais energia e prazeres são muito bem vindas.

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